Somente telefone fixo

Lei do Consórcio: tudo o que você precisa saber

Aperto de mãos entre duas pessoas em reunião de negócios com anotações e agenda sobre a mesa.

A Lei do Consórcio estabelece regras claras para a formação e gestão de grupos de consórcio, assim garantindo transparência, segurança e direitos aos participantes. 

Ao compreender seu funcionamento, consorciados e administradoras cumprem obrigações e exercem direitos de forma equilibrada, dessa forma, promovendo relacionamento confiável e evitando conflitos. 

Neste guia, você terá visão completa sobre legislação, tipos de consórcios, deveres, assembleias, garantias e interseções com o Código de Defesa do Consumidor.

O que é a Lei do Consórcio e qual sua finalidade?

A Lei do Consórcio regula a criação, administração e operação de grupos de consórcio, protegendo consorciados e administradoras.

Instituída originalmente pela Lei nº 4.594/1964 e complementada por normas posteriores, ela define obrigações de transparência, bem como, requisitos para autorização de administradoras pelo Banco Central e mecanismos de governança dos consórcios. 

Seu principal objetivo é garantir que os participantes conheçam custos reais, riscos e regras de contemplação, então, evitando práticas abusivas e assegurando a efetiva entrega do bem ou serviço contratado.

Histórico da regulamentação no Brasil

A legislação evoluiu para atender às mudanças de mercado e proteger o consumidor, acompanhando crises e inovações no setor.

Lei nº 4.594/1964 e atualizações

Criada em 1964, a lei de consórcio passou por reformas para incluir normas de precificação, assembleias eletrônicas e consórcios públicos (Lei 11.107/2005).

Principais objetivos da norma

A lei visa equilibrar interesses, prevenir fraudes, bem como, garantir a execução dos grupos de consórcio.

Proteção ao consorciado e transparência

Contratos padronizados e fiscalização contínua oferecem segurança jurídica e financeira.

Quais tipos de consórcio são regulados pela lei?

A lei abrange consórcios privados de bens e serviços e consórcios públicos formados por entes federativos. Então, consórcios privados envolvem aquisição de imóveis, veículos e serviços, organizados por administradoras autorizadas e fiscalizadas pelo Banco Central. 

Já os consórcios públicos, disciplinados pela Lei nº 11.107/2005, permitem que municípios, estados ou a união se unam para executar projetos comuns, como infraestrutura e saneamento, sem a intermediação de administradoras privadas. 

Ambos devem observar regras específicas de governança, assembleias e prestação de contas.

Consórcios privados de bens e serviços

Reúne pessoas físicas e jurídicas com objetivo de adquirir bens móveis, imóveis ou contratar serviços por rateio.

Regras para administradoras autorizadas pelo Bacen

Exigem capital mínimo, política de fundos de reserva e divulgação periódica de demonstrações financeiras.

Consórcios públicos (Lei nº 11.107/2005)

Permite cooperação entre entes federativos para realização de obras e serviços de interesse comum.

Finalidades e limites para entes federativos

Focados em grandes projetos, sujeitos a licitação simplificada e fiscalização por tribunal de contas.

Quais são os direitos do consorciado previstos na lei?

O consorciado tem direito a informações claras, contemplação justa e devolução proporcional de valores. 

A legislação assegura que o participante receba demonstrações completas de custos, tenha acesso às atas de assembleia e conheça regras de sorteio e lance. 

Além disso, em caso de desistência, deve obter ressarcimento conforme tabela contratual, respeitando prazos e descontos legais. Assim, esses dispositivos fortalecem a confiança e evitam desequilíbrios no grupo.

Acesso a informações contratuais

O contrato deve detalhar todas as taxas, cronograma de assembleias e regras de contemplação.

Demonstrativo de custos e taxa de administração

A administradora é obrigada a fornecer resumo mensal de receitas, despesas e aplicação do fundo de reserva.

Direito de contemplação e formas de sorteio

Consorciados participam de sorteios periódicos ou oferecem lances para antecipar a contemplação.

Lance livre, fixo e embutido

O lance livre permite oferta superior, fixo usa valor pré-estabelecido e embutido descontado do crédito contratado.

Quais obrigações a administradora tem segundo a lei de consórcio público?

A administradora deve prestar contas publicamente, manter fundo de reserva e zelar pelo cumprimento do grupo.

Portanto, entre suas responsabilidades estão convocar assembleias, divulgar atas, aplicar corretamente os recursos, cobrar valores em atraso conforme limites legais e administrar o fundo de reserva em caso de inadimplência. 

Essas práticas asseguram continuidade do consórcio e proteção aos consorciados, assim evitando que oscilações financeiras comprometam o pagamento dos contemplados.

Prestação de contas periódica

Deve divulgar relatórios financeiros e atas de assembleia em prazo máximo de 30 dias após cada reunião.

Atas de assembleia e relatórios financeiros

Documentos registram decisões, contemplações e usos dos recursos, disponíveis a todos os participantes.

Garantias contratuais e fundo de reserva

Administração dos recursos coletados para cobrir inadimplência e manter fluxo de contemplações.

Composição e uso em caso de inadimplência

Percentual definido em assembleia, aplicado para honrar contemplações quando faltam recursos de cotas pagas.

Mão de um homem de terno apontando com caneta para contrato impresso sobre a mesa, durante reunião de análise jurídica.
O consorciado tem 7 dias de direito de arrependimento a contar da assinatura

Como funcionam as assembleias de consórcio?

As assembleias reúnem consorciados para sorteios, lances e decisões sobre administração do grupo. 

Convocadas periodicamente, presencialmente ou eletronicamente, exigem quórum mínimo e deliberações sobre alterações contratuais, uso de fundo e encerramento do grupo. 

As assembleias garantem participação democrática e registro formal das decisões, assim oferecendo oportunidade de questionamentos e ajustes conforme interesse coletivo.

Convocação e quórum mínimo

A convocação deve ocorrer com antecedência mínima de 8 dias, então, pode ser feita por carta, e-mail ou edital.

Prazos e formas de publicação

Meios oficiais garantem ampla divulgação; quórum inicial precisa de maioria simples dos presentes.

Deliberações permitidas em assembleia

Os consorciados podem aprovar mudanças em taxa, bem como, prazo e destino de recursos.

Alteração de prazo, taxa e liquidação do grupo

Requer aprovação qualificada, geralmente 2/3 dos votos, para garantir equilíbrio entre direitos e deveres.

Como a lei sobre consórcio trata a inadimplência?

A legislação prevê multa, juros e possibilidade de exclusão, sempre assegurando devolução de valores pagos. Então, em caso de atraso, a administradora cobra multa de até 4% e juros de até 1% ao mês, calculados sobre a parcela em atraso. 

Persistindo a inadimplência, o consorciado pode ser excluído, com devolução proporcional do saldo, descontadas taxas contratuais e percentuais de fundo de reserva. Aliás, esse mecanismo protege o grupo e permite a contemplação dos demais participantes.

Multas e juros por atraso

Limites máximos definidos em lei evitam abusos e garantem conforto financeiro ao participante.

Percentuais máximos permitidos da lei geral do consorciado

Multa de até 4% e juros de até 1% ao mês, aplicados cumulativamente, dessa forma, respeitando o contrato.

Exclusão e retomada de cotas

Procedimento formal estabelece prazos e condições para reintegração ou indenização.

Procedimentos para reverter exclusão

Reintegração possível mediante pagamento de parcelas em atraso e eventuais multas, conforme política da administradora.

Quais são as garantias legais ao consorciado?

A lei assegura seguro opcional e mecanismos de mediação para conflitos. Então, os consorciados podem contratar seguro de vida e invalidez para quitação de parcelas em caso de eventualidades. 

Além disso, em disputas contratuais, dispõem de mediação interna, Procon, arbitragem e, se necessário, ação judicial, garantindo canais de solução de conflitos e proteção de direitos.

Seguro de vida e invalidez opcional

Cobertura protege grupo de inadimplência decorrente de sinistros.

Cobertura mínima exigida

Contratada em assembleia, define percentuais para quitação automática de cotas do consorciado segurado.

Mecanismos de resolução de conflitos

Diversas vias extrajudiciais e judiciais asseguram solução rápida e eficaz.

Mediação, arbitragem e Procon

Procedimentos alternativos reduzem tempo de resolução e custos processuais.

Como a Lei Geral do Consumidor (CDC) complementa a Lei do Consórcio?

O CDC impõe proteção adicional ao consorciado, dessa forma, vedando práticas abusivas e garantindo direito de arrependimento.

Contratos de consórcio são considerados relações de consumo, assim, submetendo-se ao CDC em aspectos como proibição de cláusulas abusivas, transparência de informações e prazos de arrependimento. 

O consorciado tem 7 dias de direito de arrependimento a contar da assinatura, segundo o CDC, e pode exigir devolução integral de valores pagos, reforçando sua proteção.

Aplicação do CDC em contratos de consórcio

Complementa normas específicas do consórcio, reajustando prazos e cancelamentos.

Práticas abusivas vedadas

Vedam-se cláusulas que limitem ressarcimento ou imponham obrigações desproporcionais ao consorciado.

Prazos de arrependimento e rescisão

O CDC garante 7 dias de reflexão, contados da formalização do contrato.

Direito de desistência nas primeiras 48 horas

Embora o CDC preveja 7 dias, muitos contratos adotam 48 horas, respeitando a lei específica de consórcio.

O que mais saber sobre a Lei do Consórcio?

A seguir, confira as principais dúvidas sobre o assunto.

O que diferencia o consórcio de financiamento?

No consórcio não há cobrança de juros, apenas taxa de administração e fundo de reserva, enquanto o financiamento inclui juros sobre o saldo devedor.

Posso antecipar parcelas via lance?

Ofertas de lance livre ou fixo permitem antecipar a contemplação e utilizar crédito antes do sorteio.

Qual o prazo máximo para formação de grupo?

O prazo varia conforme o produto, mas geralmente não ultrapassa 180 meses, conforme regulamentação do Bacen.

Consórcio público é vantajoso para municípios?

Permite união de recursos, câmbio de serviços e redução de custos administrativos em projetos de infraestrutura.

A administradora pode mudar taxas durante o contrato?

Só pode alterar a taxa de administração em assembleia, com aprovação qualificada, e nunca de forma unilateral.