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Reajuste no consórcio: o que é, como é feito e quais índices são usados?

Mãos de uma pessoa usando uma calculadora com um lápis na outra mão, sobre documentos e planilhas, simbolizando cálculo, reajuste financeiro ou contabilidade.

Você já se perguntou “existe reajuste no consórcio?” — e se sim, como isso realmente funciona na prática? Esse processo pode assustar quem não entende seus fundamentos: afinal, não se trata de juros, mas de ajuste inflacionário — e é justamente esse detalhe que faz toda diferença no valor final pago. 

Neste artigo, você vai descobrir porque essa alteração é indispensável, quais índices são usados, como calcular seu impacto, como ela atua antes e depois da contemplação, e como você pode se blindar contra surpresas desagradáveis.

O que é reajuste no consórcio?

Representa a atualização periódica dos valores das parcelas e do crédito contratado, mantendo o equilíbrio financeiro do grupo diante da inflação do Brasil e da valorização do bem. 

Então, ele é aplicado para preservar o poder de compra de todos os consorciados, garantindo que o valor final da carta de crédito seja suficiente para adquirir o bem ou serviço desejado. 

Sem esse ajuste, o consórcio perderia eficiência e poderia se tornar inviável economicamente ao longo dos anos.

Desse modo, é importante compreender que o ajuste não é um aumento arbitrário, mas sim uma correção natural frente às mudanças de preço no mercado. 

Por que há reajuste: manter o poder de compra e equilíbrio do grupo

Ele existe porque o consórcio é um sistema coletivo de autofinanciamento. Assim, cada integrante paga parcelas que formam um fundo comum, usado para contemplar os participantes por sorteio ou lance. 

Se os preços sobem e o crédito permanece congelado, quem é contemplado depois acaba recebendo um valor insuficiente. Portanto, ele garante justiça entre os membros do grupo e preserva a equivalência do crédito para todos. 

Em outras palavras, impede que um consorciado receba vantagem ou prejuízo com o passar do tempo, equilibrando o valor da carta de crédito à realidade de mercado.

Reajuste versus juros: qual a diferença

Enquanto os juros representam custo financeiro pelo uso de capital, o reajuste é apenas uma atualização monetária. Dessa forma, nos consórcios, não há cobrança de juros, e sim correção baseada em índices econômicos.

Close-up de moedas de 1 Real e notas de 100 Reais, simbolizando temas financeiros como reajuste salarial, inflação, economia e valor da moeda brasileira.
O consorciado pode contestar cobranças irregulares solicitando revisão à administradora e, se necessário, acionando o Procon ou a Justiça.

Quais índices são utilizados no reajuste de consórcios?

Os índices variam conforme o tipo de bem ou serviço contratado, e cada um reflete um aspecto da economia. Portanto, a escolha do índice é sempre informada em contrato, sendo obrigatória a transparência por parte da administradora. 

IPCA: inflação oficial como referência

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial de inflação no Brasil e um dos mais utilizados para reajustar consórcios de automóveis, serviços e bens duráveis. 

Desse modo, ele mede a variação média dos preços de produtos e serviços consumidos pelas famílias. Por representar a inflação geral, o reajuste IPCA é considerado um dos índices mais justos, já que reflete o custo de vida da população.

INCC: para consórcios imobiliários

O INCC (Índice Nacional da Construção Civil) é o índice aplicado em consórcios de imóveis. Ele acompanha a variação de custos de materiais e mão de obra do setor de construção. 

Assim, se o preço do cimento, aço ou serviços aumenta, o crédito do consorciado também sobe. Isso garante que o valor da carta de crédito mantenha a capacidade real de comprar ou construir um imóvel, mesmo em períodos de inflação no setor.

Vendedor ou consultor financeiro usando uma calculadora para mostrar o reajuste ou financiamento de um carro novo vermelho, em uma concessionária.
A uniformidade das regras e taxas para todos os membros do grupo é fundamental para garantir a igualdade e o equilíbrio financeiro do consórcio.

FIPE e outros índices ligados ao bem (veículos)

Nos consórcios de veículos, é comum o uso da Tabela FIPE como referência para ajustes. Afinal, esse índice reflete a variação média dos preços de veículos no mercado nacional. 

Se o valor médio de determinado modelo sobe, as parcelas e o crédito se atualizam proporcionalmente. Utilizam-se outros índices, como o INPC ou o IGP-M, dependendo da política da administradora e do tipo de bem.

Uso do IGP-M, INPC ou combinação de índices

Em alguns casos, o ajuste se calcula com base em uma combinação de índices, garantindo maior equilíbrio. Por exemplo, um consórcio de serviços pode adotar 50% do IPCA e 50% do IGP-M, suavizando as variações de ambos.

O importante é que o índice esteja claramente especificado no contrato, pois ele será a referência obrigatória para todo o grupo.

O que mais saber sobre reajuste no consórcio?

Veja outras dúvidas sobre o tema.

1. É possível que o reajuste seja negativo e reduza parcelas?

De forma geral, isso não existe. Acontece porque os índices utilizados — como IPCA, INCC ou FIPE — medem a inflação, e não a deflação. 

Mesmo quando há períodos de queda pontual em preços de alguns bens, o cálculo dos consórcios se baseia na variação acumulada positiva desses índices. Assim, as parcelas podem manter-se estáveis em casos de baixa inflação, mas não costumam diminuir. 

2. O reajuste incide retroativamente sobre parcelas já pagas?

Ele nunca se aplica de forma retroativa. As parcelas já quitadas permanecem com o valor pago na data correspondente. A alteração entra em vigor somente nas parcelas futuras, após a atualização do crédito do grupo. 

3. Posso quitar ou antecipar parcelas para evitar reajustes futuros?

É possível antecipar parcelas — mas isso não impede a alteração. Quando o consorciado faz pagamentos adiantados, ele reduz o prazo do consórcio ou o saldo devedor, mas o valor total do crédito e das parcelas remanescentes continuará sujeito às correções periódicas do grupo. 

4. O reajuste pode variar entre consorciados do mesmo grupo?

Aplica-se de forma uniforme para todos os integrantes de um mesmo grupo de consórcio. Isso garante isonomia e equilíbrio financeiro entre os participantes. 

Todos os consorciados têm o valor do crédito e das parcelas corrigidos pelo mesmo índice e na mesma data, conforme estabelecido no contrato. 

5. Em caso de índice abusivo, posso contestar judicialmente o reajuste?

Se o consorciado acreditar que houve erro de cálculo ou uso indevido de índice, ele pode solicitar revisão administrativa junto à administradora e, se necessário, acionar o Procon ou o Judiciário. 

Resumo desse artigo sobre reajuste

  1. O reajuste mantém o poder de compra e o equilíbrio do grupo;
  2. Se baseia em índices econômicos, como IPCA, INCC e FIPE;
  3. Não é juros, e sim correção monetária;
  4. Aplica-se de forma periódica e prevista em contrato;
  5. O consorciado pode se preparar com planejamento e reserva financeira.